terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Aquela mesma abelha, aqueles tantos medos

Há tanto medo,
Tanto medo dentro deste coração
Que o peito chega a ser pouco
E o espaço é tão miúdo
Que nem sei como guardo os medos que estão lá fora,
Além das grades da janela,
Dos vidros do carro,
Da esquina escura,
Do passado, enfim,
Como vivo, como movo
Os pés do chão, as palavras da boca,
O ar do pulmão.
As pernas precisam ir,
Algo precisa mudar,
Talvez seja a imagem refletida no seu espelho
Ou aquela que criou e colou com expectativa
No mural do que queria ser no seu futuro.
Já disse que aqui não dá pra ficar,
Mas o medo não deixa sair
Nem deixa ver que, mesmo a passos de tartaruga,
Já começou sua transformação de larva
Pra, com sorte, borboleta,
Ou quem sabe, só a mesma abelha
Que esteja mudando
Pra melhor.



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