Tem coisas na vida que a gente não espera
Como correr, sem querer, em direção a uma velha história
E fazê-la nova, gostosa, agradável
Como uma bonita manhã de domingo
Ou um pôr do sol ímpar depois de uma tarde singular.
Tem coisas na vida que a gente só espera
Que não demorem a começar e que se esqueçam de acabar
Como o tempo, quando perto
Como aquela música só nossa
Ou aquele olhar profundo
Depois de uma noite extremamente boa.
Tem coisas na vida que a gente nunca espera
Que possam vir à tona tão naturalmente
Tão intensamente.
Assim, os segredos se vão, os desejos aparecem
E a gente, em realidade, transforma tudo.
É como se não existisse outra forma de amor no mundo,
Que eu saiba mais.
Pois hoje, não só hoje,
Eu quero mesmo é saber,
Lembrar, tocar, amar, viver
Você.
meus agás
deborah nathalia
segunda-feira, 25 de abril de 2016
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
Anúncio bem-intencionado
Procura-se alguém que não seja sempre o mesmo
Nem me queira encontrar a mesma sempre.
É preferível, portanto, aquele que entenda de mudanças
De ideia, de trabalho, de cidade, de amigos e, principalmente,
De humor
E que mude-me também.
Gostaria que viesse mais maduro do que verde,
Mas que tenha sempre algo a aprender
E muito ainda a me ensinar
(lê-se: surpreender).
Seria bom se fosse alguém interessante
Como eu bem finjo ser
E que saiba falar da vida,
Principalmente da própria vida,
Sem se gabar ou precisar lembrar do que passou e ficou e terminou e fim.
Alguém que siga seu coração ao invés de seguir o que esperam dele,
E que me dê uma parte pra cuidar
Pra então eu confiar pra cuidar também do meu.
Precisa-se de alguém pra dar bons beijos
Do começo ao fim e de cima pra baixo, na mão e no queixo.
Poxa, no queixo... Que boa lembrança!
Calma, que até me perdi,
Mas, enfim, guarde aí,
No bolso do jeans rasgado ou da camisa sem estampa
Meu anúncio bem-intencionado.
Nem me queira encontrar a mesma sempre.
É preferível, portanto, aquele que entenda de mudanças
De ideia, de trabalho, de cidade, de amigos e, principalmente,
De humor
E que mude-me também.
Gostaria que viesse mais maduro do que verde,
Mas que tenha sempre algo a aprender
E muito ainda a me ensinar
(lê-se: surpreender).
Seria bom se fosse alguém interessante
Como eu bem finjo ser
E que saiba falar da vida,
Principalmente da própria vida,
Sem se gabar ou precisar lembrar do que passou e ficou e terminou e fim.
Alguém que siga seu coração ao invés de seguir o que esperam dele,
E que me dê uma parte pra cuidar
Pra então eu confiar pra cuidar também do meu.
Precisa-se de alguém pra dar bons beijos
Do começo ao fim e de cima pra baixo, na mão e no queixo.
Poxa, no queixo... Que boa lembrança!
Calma, que até me perdi,
Mas, enfim, guarde aí,
No bolso do jeans rasgado ou da camisa sem estampa
Meu anúncio bem-intencionado.
Aquela mesma abelha, aqueles tantos medos
Há tanto medo,
Tanto medo dentro deste coração
Que o peito chega a ser pouco
E o espaço é tão miúdo
Que nem sei como guardo os medos que estão lá fora,
Além das grades da janela,
Dos vidros do carro,
Da esquina escura,
Do passado, enfim,
Como vivo, como movo
Os pés do chão, as palavras da boca,
O ar do pulmão.
As pernas precisam ir,
Algo precisa mudar,
Talvez seja a imagem refletida no seu espelho
Ou aquela que criou e colou com expectativa
No mural do que queria ser no seu futuro.
Já disse que aqui não dá pra ficar,
Mas o medo não deixa sair
Nem deixa ver que, mesmo a passos de tartaruga,
Já começou sua transformação de larva
Pra, com sorte, borboleta,
Ou quem sabe, só a mesma abelha
Que esteja mudando
Pra melhor.
Tanto medo dentro deste coração
Que o peito chega a ser pouco
E o espaço é tão miúdo
Que nem sei como guardo os medos que estão lá fora,
Além das grades da janela,
Dos vidros do carro,
Da esquina escura,
Do passado, enfim,
Como vivo, como movo
Os pés do chão, as palavras da boca,
O ar do pulmão.
As pernas precisam ir,
Algo precisa mudar,
Talvez seja a imagem refletida no seu espelho
Ou aquela que criou e colou com expectativa
No mural do que queria ser no seu futuro.
Já disse que aqui não dá pra ficar,
Mas o medo não deixa sair
Nem deixa ver que, mesmo a passos de tartaruga,
Já começou sua transformação de larva
Pra, com sorte, borboleta,
Ou quem sabe, só a mesma abelha
Que esteja mudando
Pra melhor.
sábado, 26 de dezembro de 2015
De quem?
Já fui a Deborah do Rômulo (por ser primeiro),
do Thiago (por grandes anos),
de Marcelo (e suas baianas manias),
do Felipe (e suas pobres variantes),
do Reynaldo (e suas filosofias),
do Bruno (preto e branco),
do João (com sua malandragem),
do César (não romano).
Sou de Jesus por sobrenome
Pois nunca, nunca, meu bem,
Pertenci a homem algum
Nem meu coração foi fiel, fiel
A ninguém.
Em verdade, sempre fui, sempre serei
De mim.
do Thiago (por grandes anos),
de Marcelo (e suas baianas manias),
do Felipe (e suas pobres variantes),
do Reynaldo (e suas filosofias),
do Bruno (preto e branco),
do João (com sua malandragem),
do César (não romano).
Sou de Jesus por sobrenome
Pois nunca, nunca, meu bem,
Pertenci a homem algum
Nem meu coração foi fiel, fiel
A ninguém.
Em verdade, sempre fui, sempre serei
De mim.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
O que diziam dela
Diziam que ela falava nada,
Mas muda ela não era
Ouvia quem queria ouvir
(Ela escrevia).
Diziam que ela mal escutava
E estavam certos,
Pois surda ela era
(Pelo menos de um ouvido).
Diziam que ela era puta
Por ter dado mais que uma mão
(Mas que mulher realmente satisfeita
Não fantasiou mais que isso um dia?).
Diziam que ela era inteligente
Só não o bastante pra ganhar dinheiro
(Coitada dela, lecionava).
Diziam que ela era careca,
Como a tia, como o pai, como o papa
(Doar cabelo, ninguém doava).
Diziam que ela era baixa,
Que precisava de salto
E até de terapia
Com maquiagem
(Mas nada do telefone da psico passavam).
Alto, porém, era o preço
De parecer ela mesma
Sem se conhecer
Ou se reconhecer
No meio de tudo
O que diziam dela.
Mas muda ela não era
Ouvia quem queria ouvir
(Ela escrevia).
Diziam que ela mal escutava
E estavam certos,
Pois surda ela era
(Pelo menos de um ouvido).
Diziam que ela era puta
Por ter dado mais que uma mão
(Mas que mulher realmente satisfeita
Não fantasiou mais que isso um dia?).
Diziam que ela era inteligente
Só não o bastante pra ganhar dinheiro
(Coitada dela, lecionava).
Diziam que ela era careca,
Como a tia, como o pai, como o papa
(Doar cabelo, ninguém doava).
Diziam que ela era baixa,
Que precisava de salto
E até de terapia
Com maquiagem
(Mas nada do telefone da psico passavam).
Alto, porém, era o preço
De parecer ela mesma
Sem se conhecer
Ou se reconhecer
No meio de tudo
O que diziam dela.
domingo, 15 de novembro de 2015
Deus me livre
Deus me livre ser
Verso de poema encomendado
Pra poder sentir-me amado
Como nunca realmente fui.
Deus me livre ter
Minha imagem num álbum mantida
Não mais como lembrança querida
Mas por pena da foto de viagem.
Deus me livre ver
Mas não mais ser notado
Ou nem ter incomodado
Nem sequer um coração.
Deus me livre querer
Voltar tão longe no tempo
Pra tentar ser mais homem ou mais maduro
Pra não ter construído esse muro
Do qual não consigo mais pular.
Deus me livre ser
Qualquer desses amores que passam,
Que de grandes paixões se disfarçam,
Mas, como toda paixão, esquecido.
Verso de poema encomendado
Pra poder sentir-me amado
Como nunca realmente fui.
Deus me livre ter
Minha imagem num álbum mantida
Não mais como lembrança querida
Mas por pena da foto de viagem.
Deus me livre ver
Mas não mais ser notado
Ou nem ter incomodado
Nem sequer um coração.
Deus me livre querer
Voltar tão longe no tempo
Pra tentar ser mais homem ou mais maduro
Pra não ter construído esse muro
Do qual não consigo mais pular.
Deus me livre ser
Qualquer desses amores que passam,
Que de grandes paixões se disfarçam,
Mas, como toda paixão, esquecido.
terça-feira, 10 de novembro de 2015
O.K.
I've never been loved that way
Kissed that way
Looked that way.
I've been fucked
Used
Laughed at.
But I've also laughed
Used
Fucked.
Loved?
Never have I put myself out there
How can I ask anything from anyone, then?
Shut up.
No, you shut up.
O.K.
Kissed that way
Looked that way.
I've been fucked
Used
Laughed at.
But I've also laughed
Used
Fucked.
Loved?
Never have I put myself out there
How can I ask anything from anyone, then?
Shut up.
No, you shut up.
O.K.
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