Já fui a Deborah do Rômulo (por ser primeiro),
do Thiago (por grandes anos),
de Marcelo (e suas baianas manias),
do Felipe (e suas pobres variantes),
do Reynaldo (e suas filosofias),
do Bruno (preto e branco),
do João (com sua malandragem),
do César (não romano).
Sou de Jesus por sobrenome
Pois nunca, nunca, meu bem,
Pertenci a homem algum
Nem meu coração foi fiel, fiel
A ninguém.
Em verdade, sempre fui, sempre serei
De mim.
sábado, 26 de dezembro de 2015
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
O que diziam dela
Diziam que ela falava nada,
Mas muda ela não era
Ouvia quem queria ouvir
(Ela escrevia).
Diziam que ela mal escutava
E estavam certos,
Pois surda ela era
(Pelo menos de um ouvido).
Diziam que ela era puta
Por ter dado mais que uma mão
(Mas que mulher realmente satisfeita
Não fantasiou mais que isso um dia?).
Diziam que ela era inteligente
Só não o bastante pra ganhar dinheiro
(Coitada dela, lecionava).
Diziam que ela era careca,
Como a tia, como o pai, como o papa
(Doar cabelo, ninguém doava).
Diziam que ela era baixa,
Que precisava de salto
E até de terapia
Com maquiagem
(Mas nada do telefone da psico passavam).
Alto, porém, era o preço
De parecer ela mesma
Sem se conhecer
Ou se reconhecer
No meio de tudo
O que diziam dela.
Mas muda ela não era
Ouvia quem queria ouvir
(Ela escrevia).
Diziam que ela mal escutava
E estavam certos,
Pois surda ela era
(Pelo menos de um ouvido).
Diziam que ela era puta
Por ter dado mais que uma mão
(Mas que mulher realmente satisfeita
Não fantasiou mais que isso um dia?).
Diziam que ela era inteligente
Só não o bastante pra ganhar dinheiro
(Coitada dela, lecionava).
Diziam que ela era careca,
Como a tia, como o pai, como o papa
(Doar cabelo, ninguém doava).
Diziam que ela era baixa,
Que precisava de salto
E até de terapia
Com maquiagem
(Mas nada do telefone da psico passavam).
Alto, porém, era o preço
De parecer ela mesma
Sem se conhecer
Ou se reconhecer
No meio de tudo
O que diziam dela.
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