O verão se aproxima mais uma vez
Raios quentes já procuram dominar a paisagem
Chegou o tempo do regresso ao lar...
Aquele que migrou fugindo do inverno
Deve estar procurando o caminho de volta
Mas a árvore onde deixou seu ninho já não é a mesma
Os ventos das estações frias foram fortes demais
Arrancaram seus galhos, não permitiram seus frutos
Sopraram para longe suas folhas, suas raízes cansaram-se de lutar
E ela já não sabe se pode servir de abrigo
Por mais uma estação.
Quem sabe ainda, o fugitivo
Já tenha feito outro ninho
Em galhos novos pra passar novo verão
E só queira da velha árvore um pouco mais de sombra
Um alívio que ela mesma já não pode se dar
O destino, porém, a obriga a esperar
Já que não pode correr em direção a ele
Seu espaço de chão é tudo o que possui
Além daquela esperança que por vezes a faz cega
De desejo pela volta daquele pássaro
Cujo único amor ela imagina continuar sendo o céu
A liberdade que busca ao bater suas asas
E que nunca vai se resumir a um simples tronco
Que um dia por ele de paixão tornou-se brasa
E ainda luta para cinzas não virar.
Um comentário:
é não será igual e será melhor sim
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