sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Quixote

Hoje a realidade me obriga a despir meus trajes de Quixote
E a admitir que os dragões que derrotei
Não passaram de moinhos de vento.
Preferia um segundo do mundo que criei
- as aventuras a dois, os perigos, as vitórias -
A ter que provar desse gosto amargo,
Desse aperto no peito que não passa
E não se compara a dor de amor algum
Perdido, sofrido, frustrado
Meu coração hoje culpado, sabe que foi quem deixou esse amor ir
Sem ao menos ter (me) conhecido
Sem ao menos ter havido
Sem meu nome ter gravado
Nas palavras de uma boca de lábios ávidos por beijos e carícias
Sem fim e que se foram pra nunca mais
Nunca mais?
Triste fim para uma batalha injusta
Pra um guerreiro de alma entregue
Que pensou que aquilo fosse guerra pra lutar enquanto viver
Pra acreditar que com você tudo duraria mais, muito mais
Que o mais longo sonho
Que a mais louca fantasia
Que o mais sublime amor.

4 comentários:

Leandro disse...

Texto incrível Deh. Muito profundo mas acredito que muito pessoal também. Você sabe se expressar muito bem com palavras. Meus parabéns.

Grande abraço.

Anônimo disse...

Débora, parabéns, muito criativo o texto. Lindíssimo. Simples. Delicado e trata de um assunto bastante intenso. Quixote e uma possível frustação. Parabéns.

Contra Indicação disse...

Sentimentos codificados em palavras, bem escrito e atual, ao menos para mim. Sinceramente emocionante! Parabéns!

bjo!

Unknown disse...

Nunca mais? Não, creio que não!
O Triste fim para uma batalha injusta.
É o começo para novas batalhas
Pra um guerreiro de alma entregue
Que pensa que isso é guerra pra lutar enquanto viver...